DEVOCIONAL:
PERENE GRAÇA
(20/07/2020)
APROXIMANDO-ME DE JESUS!
“Jesus,
porém conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais,
hipócritas?.”
(Mt 22.18).
Quero lhe propor a pensar em algo muito
sério e de grande importância: Refiro-me a você! Isso mesmo, lhe sugiro a que
reflita sobre você mesmo! Em que está embasada a sua comunhão com Deus? Devemos
estar sempre a Seus pés! Entretanto nem todos se aproximam de Deus como o
intuito de agradá-lo, ou de reverenciá-lo. Essa compreensão é nítida, quando
nos voltamos ao texto em tela. Portanto me permita lhe indagar: Como você se
próxima de Deus?
Os fariseus, juntamente com os saduceus
compunham a instituição mais importante do judaísmo, abaixo apenas do Templo de
Jerusalém. Os adeptos do farisaísmo viam a si próprios como os mais excelentes
dentre aqueles que guardavam a Lei divina! Eles se auto elogiavam como sendo o
padrão para toda e qualquer pessoa que quisesse realmente aproximar-se de Deus!
É intrigante que a cena trazida por Lucas coloca os herodianos ao lado dos fariseus!
Os herodianos eram um grupo de simpatizantes do Rei Herodes, monarca da Judeia,
que se estabeleceu no poder, mediante acertos e conchavos escusos com o império
romano! Lembrando que Herodes e idumeu, ou seja, descendente de Esaú, irmão de
Jacó! Assim nos temos um descendente de Esaú governando sobre os descendentes
de Jacó!
O evangelista nos informa que um grupo
composto de representantes dessas duas correntes partidárias, ainda que auto
excludentes, se juntaram com o intuito de confrontar o Senhor Jesus, para
pudessem alegar depois a quebra da observância da Lei de Deus, por parte de
Cristo e assim concluir seu macabro plano de execução contra o Messias. A
aproximação desses se dá em uma sequencia bem ardilosamente definida: 1) Eles
discutiram entre si o planejamento de como provocariam a falta de Jesus; 2) Se
aproximaram d’Ele com bajulações e falsidades, pois ao chamá-Lo de Mestre,
conquanto de fato, O fosse, ainda que não O reconhecessem como tal, nem
acreditassem n’Ele; 3) Lançaram seu pungente veneno em forma de uma aparente
despretensiosa dúvida, que escondia uma mortal peçonha; 4) Ao terem sua
resposta na condicionante forma de uma pergunta calaram-se todos; 5) por fim,
ao serem surpreendidos por Jesus, só lhes restou saírem “à francesa”,
completamente desconcertados e totalmente desnorteados.
Lucas aponta nesse importante registro
algumas diretrizes, para aqueles que desejam aproximar-se do Senhor, quero
pontuar, ao menos três:
Primeira diretriz, para que nos
aproximemos do Senhor é necessário o
verdadeiro reconhecimento de quem Ele é, (v.16). As afirmativas foram
verdadeiras, ainda que tenham procedido de mentes incrédulas! Ao asseverarem
que era Mestre e que Ele ensinava corretamente o caminho de Deus de acordo com
a verdade, eles deram um correto testemunho sobre o Senhor, o problema era que
eles não criam no que estavam afirmando! Quantas pessoas também não professam
que Jesus é o Senhor e Salvador, e ainda assim, não hão de ser salvas, pois
claramente a Escritura afirma em Rm 10.9-10: “Se você
confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para
justiça, e com a boca se confessa para salvação.”. Temos que
testemunhar publicamente que Jesus é o Senhor, mas também é igualmente
importante crer em quem Ele é!
Segunda
diretriz, para que nos
aproximemos do Senhor é necessário que
haja sinceridade nas intenções de nosso coração, (v.18). O presente
ajuntamento ocorre em meio a motivos escusos, procedentes de corações caídos,
cujo objetivo é um só: o de auto glorificar-se, por meio da terrível e falha
justiça própria. É nesse contexto que cada um desses ao se aproxima do Senhor,
lhe afirmam o que é verdadeiro, ainda que não cressem na própria e pública
confissão realizada. Perceba a verdade é proferida por lábios mentirosos! Isso
não lhe parece chocante! Pessoas dizendo o que é verdadeiro, mas não acreditam
naquilo que proferem! Penso que agora vamos entender melhor o princípio das
palavras de Jesus, quando afirmou que: “Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’,
‘não’; o que passar disso vem do Maligno", (Mt 5:37). Corrobora com as
palavras do salmista, que diz: “Aquele que
vive com integridade, que pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade;
aquele que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria
contra o seu vizinho”; (Salmos
15:2,3). Para nos aproximarmos do Senhor precisamos fazê-lo com pureza de alma
e com plenitude de coração.
Por fim, como
terceira diretriz, para que nos aproximemos do Senhor é necessário que haja mais que admiração, total
quebrantamento, (v.22). Pode-se pontuar que ao final daquele encontro nada
saiu como o planejado, de acordo com a ótica dos conflitantes! Eles ficaram até
admirados com as palavras do Mestre, todavia permaneceram com o coração
adiamantado, pelo orgulho e vaidade de sua visão perversa e egocêntrica. Certamente
que estar na presença de Jesus, sempre será motivo de sermos surpreendidos! O
Rei quando demandado, sempre age muito além das nossas expectativas. Porém pontue
que a nós, nos cabe também, muito mais que mera admiração na presença de Jesus.
Urge que em nosso interior irrompa do mais profundo do nosso ser e se torne
totalmente visível nossa mais verdadeira declaração de dependência do senhor.
isso não pode ser restrito as palavras, mas procede do coração! Nossa admiração
pelo Senhor, deve naturalmente nos conduzir ao quebrantamento de alma em Sua
presença! Conforme nos diz o profeta Miqueias: “Ele já
mostrou a você o que é bom; e o que o Senhor pede de você? Que pratique a
justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com o seu Deus”. (Mq 6:8). Assim como
também assevera Tiago: “Sejam
praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos”.
(Tg 1:22)
Que a nossa aproximação do Senhor se dê em
face do verdadeiro reconhecimento de quem ELE é, da intencionalidade e
sinceridade de nosso coração e por fim, de um total quebrantamento de nossa alma
diante de sua presença. Lembre-se das palavras do profeta Jeremias (29.13): “Vocês me
buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração.” Pense nisso!
Que o Senhor aqueça seu coração, fortaleça
sua fé e muito lhe abençoe!
Vosso conservo, Rev. Eugênio Honfi.