terça-feira, 27 de janeiro de 2015

ESPERANÇA PARA TODA VIDA



“Quero trazer a memória o que me pode dar esperança”.
(Lamentações 3.21)

            Apatia, fuga da realidade, desinteresse, mentiras, fobias, estresses, brigas, feridas no corpo e na alma, entre outras situações, são marcas da modernidade, que tipificam a vida do ser humano, na época presente. As pessoas têm conquistando, tantas coisas, em tantas esferas, contudo essas conquistas, que clara e perceptivelmente tem trazido comodidades e facilidades, não se exprimem em melhoria da vida.
            Em Lamentações, o profeta Jeremias, retrata o caos vivenciado pelo reino de Judá em seus dias, fruto da separação do povo para com Deus. Que por sua vez, não aconteceu do dia para noite, mas ocorre lenta, gradativa e continuamente. A nação não sentia necessidade de Deus e consequentemente se esqueceu de Deus. Sua luta pelo alcance das necessidades e ainda acúmulo de bens e riquezas, conduziu a opulência, que foi como laço, para afastá-los de Deus. O povo não se enxergava pecador, ainda que vivesse em meio a inúmeras práticas pecaminosas, que ofendiam diretamente a santidade de Deus. O povo quer alcançar seus objetivos de vida, entretanto independentes do Criador e de Sua santa, boa e agradável vontade.
            O resultado não poderia ser outro: o Senhor Deus, levantou Babilônia, como Seu braço, para executar Sua Santa Justiça. Assim, o Reino do Sul foi devastado, as cidades saqueadas, os guerreiros mortos, as mulheres e as crianças foram levadas como escravas, o rei teve os olhos vazados e a casa real seus príncipes, mortos. Restando somente velhos, doentes e a plebe. Não havia força, não havia sabedoria, não havia esperança, não havia mais nada. Assim também ocorre conosco, ao nos rebelarmos ao senhorio do bondoso e dadivoso Senhor. Somos tomados pelos desejos de nossos corações rebeldes, que a todo custo querem habitar além de Deus.
            Quando vivemos distante de Deus, também caímos no mesmo erro. E ao achar que “nosso sucesso”, ou a “nossa vitória” foi fruto do nosso esforço (força, sabedoria, persistência, ou outra variante qualquer). Flagrantemente evidenciado é, que, ao nos afastamos de Deus, nosso coração é tomado pelo desespero, pela dor, pela arrogância, pela malícia, pela morte, enfim pelo inferno. Logo, quanto mais nos pormos “fora do alcance” do Soberano, mais longínquos queremos ficar e permanecer D’ele, até o momento, em que a calamidade bate a nossa porta, e nos revele, o verdadeiro quadro, daquilo que somos: frágeis, pequenos, passageiros, incultos, incapazes, imperfeitos, isto é, somos apenas pó.
            Precisamos de alguém, que cuide de nós, que nos guarde, que nos proteja, que nos assista, que nos restaure, que nos salve, inclusive de nós mesmos. Necessitamos de Deus e de sua graça. “Trazer a memoria o que pode dar esperança” é lembrar-se de Deus e de seus atributos: Eternidade, Justiça, Amor, Bondade, Benignidade, Santidade, Eternidade, Misericórdia, Graça, Onipotência, Onisciência, Onipresença, Imutabilidade... Logo, quanto mais elevarmos nossa mente a presença de Deus e mais inclinados formos a obedecer aos seus retos juízos. Mais felizes, satisfeitos e gratos seremos.
            Trazer a memória o que pode dar esperança é nunca esquecer que Deus é o mesmo ontem, hoje e o será por toda a eternidade, e ainda, que sua palavra e seus propósitos não mudam. Então, que mudemos nós, vamos lançar sobre Jesus, toda a nossa ansiedade, pois Ele tem cuidado de nós, e uma vez que Ele não dorme, nem descansa, mas ao contrário nos guarda e protege de dia e de noite. Ao trazermos a memória o que nos dá esperança, afirmemos tal qual o salmista: Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o Senhor tem sido generoso para contigo (Sl 116.7), Amém.

Rev. Eugênio Honfi