“Quero trazer a memória o que me pode dar esperança”.
(Lamentações
3.21)
Apatia, fuga da realidade, desinteresse, mentiras,
fobias, estresses, brigas, feridas no corpo e na alma, entre outras situações,
são marcas da modernidade, que tipificam a vida do ser humano, na época
presente. As pessoas têm conquistando, tantas coisas, em tantas esferas, contudo
essas conquistas, que clara e perceptivelmente tem trazido comodidades e
facilidades, não se exprimem em melhoria da vida.
Em Lamentações, o profeta Jeremias, retrata o caos
vivenciado pelo reino de Judá em seus dias, fruto da separação do povo para com
Deus. Que por sua vez, não aconteceu do dia para noite, mas ocorre lenta,
gradativa e continuamente. A nação não sentia necessidade de Deus e
consequentemente se esqueceu de Deus. Sua luta pelo alcance das necessidades e
ainda acúmulo de bens e riquezas, conduziu a opulência, que foi como laço, para
afastá-los de Deus. O povo não se enxergava pecador, ainda que vivesse em meio
a inúmeras práticas pecaminosas, que ofendiam diretamente a santidade de Deus.
O povo quer alcançar seus objetivos de vida, entretanto independentes do
Criador e de Sua santa, boa e agradável vontade.
O resultado não poderia ser outro: o Senhor Deus,
levantou Babilônia, como Seu braço, para executar Sua Santa Justiça. Assim, o
Reino do Sul foi devastado, as cidades saqueadas, os guerreiros mortos, as
mulheres e as crianças foram levadas como escravas, o rei teve os olhos vazados
e a casa real seus príncipes, mortos. Restando somente velhos, doentes e a
plebe. Não havia força, não havia sabedoria, não havia esperança, não havia
mais nada. Assim também ocorre conosco, ao nos rebelarmos ao senhorio do
bondoso e dadivoso Senhor. Somos tomados pelos desejos de nossos corações
rebeldes, que a todo custo querem habitar além de Deus.
Quando vivemos distante de Deus, também caímos no mesmo
erro. E ao achar que “nosso sucesso”, ou a “nossa vitória” foi fruto do nosso
esforço (força, sabedoria, persistência, ou outra variante qualquer). Flagrantemente
evidenciado é, que, ao nos afastamos de Deus, nosso coração é tomado pelo
desespero, pela dor, pela arrogância, pela malícia, pela morte, enfim pelo
inferno. Logo, quanto mais nos pormos “fora do alcance” do Soberano, mais longínquos
queremos ficar e permanecer D’ele, até o momento, em que a calamidade bate a
nossa porta, e nos revele, o verdadeiro quadro, daquilo que somos: frágeis,
pequenos, passageiros, incultos, incapazes, imperfeitos, isto é, somos apenas
pó.
Precisamos de alguém, que cuide de nós, que nos guarde,
que nos proteja, que nos assista, que nos restaure, que nos salve, inclusive de
nós mesmos. Necessitamos de Deus e de sua graça. “Trazer a memoria o que pode
dar esperança” é lembrar-se de Deus e de seus atributos: Eternidade, Justiça,
Amor, Bondade, Benignidade, Santidade, Eternidade, Misericórdia, Graça,
Onipotência, Onisciência, Onipresença, Imutabilidade... Logo, quanto mais
elevarmos nossa mente a presença de Deus e mais inclinados formos a obedecer
aos seus retos juízos. Mais felizes, satisfeitos e gratos seremos.
Trazer a memória o que pode dar esperança é nunca
esquecer que Deus é o mesmo ontem, hoje e o será por toda a eternidade, e
ainda, que sua palavra e seus propósitos não mudam. Então, que mudemos nós,
vamos lançar sobre Jesus, toda a nossa ansiedade, pois Ele tem cuidado de nós,
e uma vez que Ele não dorme, nem descansa, mas ao contrário nos guarda e protege
de dia e de noite. Ao trazermos a memória o que nos dá esperança, afirmemos tal
qual o salmista: Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o Senhor tem sido generoso
para contigo (Sl 116.7), Amém.
Rev. Eugênio
Honfi