“Quando,
pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de
dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois
vós os que falais, mas o Espírito Santo.” Mc. 13.11.
Há tanto murmúrio, praguejo, lamento. Tantas vozes que se
desdobram, uns se apressam a dar notícias ruins, outros prognosticam
funestamente, ainda há aqueles que em seus pronunciamentos ácidos e mórbidos se
engolfam nas misérias alheias. Não há nada que acarrete tantas falas em nossos
dias como as futilidades das personalidades, as trivialidades dos acontecimentos
e as fugacidades das tecnologias.
As multidões angustiadas falam, ainda que sem perceber,
sobre o vazio da alma. O discurso relativo à necessidade de ter, para sentir-se
bem. Do possuir, a fim de justificar suas relações de poder sobre coisas e/ou
pessoas. Da manipulação através de chantagens emocionais, que não passam de
clichês amarrotados pelo tempo. Suas vidas são sublimadas pelas futilidades,
daqueles que prevalecem na empresa midiática do emblemático conto de fadas,
“... e viveram felizes para sempre”. Demonstrado na explosão de audiência dos
inúmeros reality shows existentes onde as falas são vazias, os discursos fúteis
e os debates são chulos.
Não surpreende que a cobertura dada aos fatos ocorridos,
seja direcionado as trivialidades da presente geração. Acontecimentos que
alimentam a carnalidade, dilaceram a alma e atentam contra a racionalidade e
personalidade humanas. A título de exemplo, pode-se notar o homem moderno, pois
esse, a cada dia em que fala menos sobre Deus, acha ele, que desvendará as vicissitudes
de sua existência. Entretanto, esse entendimento não passa de falácia,
construção filosófica barata, um discurso inverídico. Pois as banalidades com
muitos sonham, desejam, planejam, se esforçam por alcançar, os afastam do
Criador. Assim como se condenam com a própria fala. Um vez que pedem o que
desejam seus corações apodrecidos pela luxuriante necessidade de pecar.
A vida moderna e suas comodidades também contribuem e
muito, para a tessitura desse enredo. O contínuo desenvolvimento da tecnologia
trouxe e continua trazendo inúmeras melhorias a vida cotidiana da humanidade. É
inegável que com o desenvolvimento tecnológico, a vida foi facilitada em
diversos e múltiplos aspectos. Atividades tiveram seu tempo de conclusão
abreviado, resultados foram otimizados, desperdícios foram minimizados e como
conclusão dessa equação, “sobra tempo!”. E essa sobra de tempo é um sério
problema, pois as pessoas ficaram ociosas, e em meio a ociosidade descobriram
maneiras de pecar e as tem divulgado, bem como estimulado outros a fazerem o
mesmo, e assim como a partilharem suas misérias, onde outros as curtem e se
tornam comuns as misérias alheias.
As conversações de nossos dias, as reivindicações das
gerações, as falas das personalidades, os anseios externados pela juventude, os
temores e medos que assolam as pessoas e os confusos discursos de nossos
líderes tem em comum dúvidas e incertezas quanto ao futuro, mas também, quanto
ao presente. Cabe a igreja a responsabilidade de comunicar o Santo evangelho da
graça de Deus em Cristo Jesus. Somos nós que detemos esperança, amor, e paz, da
parte de Deus. Esperança, que não morre, amor verdadeiro e sacrificial, que não
pode ser comensurado e paz perene, ainda que em meio as aflições da vida.
Diga as pessoas, diga ao mundo e, sobretudo diga a você
mesmo: Cristo vive, Ele é o caminho, verdade e vida que nos conduz a esperança,
ao amor e a paz. Que o Espírito Santo fale a nós e através de nós para a glória
de Deus.
Rev. Eugênio Honfi