segunda-feira, 27 de abril de 2015

O QUE OUÇO!!





“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Ap. 3.13

            Há uma histeria coletiva em toda parte. Ouvem-se gritos de almas atormentadas, ruídos ensurdecedores, sons horripilantes e vozes tumultuadas. Estão à procura da perene paz. Anseiam por alegria verdadeira. Buscam freneticamente pela vida abundante, todavia estão na direção contrária, portanto, quanto mais percorrem o caminho, o fazem no sentido diametralmente oposto, e assim, só se afastam daquilo que procuram.
            As almas gritam atormentadas evidenciando suas angustias e temores. Querem ser ouvidas, necessitam ser escutadas, são carentes de ouvidos, são ávidos de atenção. Seus próprios gritos abafam a voz da sensatez, do bom tino e da razão. A angustia sufoca, mata aos poucos, os gritos vão diminuindo em altura, mas não em intensidade. Os coletivos gritos, não se alinham, pois as necessidades são individuais, cada um tenta fazer sua voz sobressair em meio a tantas outras, entretanto, parece que ninguém as ouve, ninguém as entende, ninguém as acode.
            Os ensurdecedores ruídos dessa parafernália moderna, que impõe a difícil, desgastante e opressora ditadura do ter para ser. Tomou pelas mãos a humanidade, conduzindo-nos a beira do precipício existencial. Pois quanto mais se tem, mais vazio se percebe. As filosofias são as malévolas fontes desses ruidosos e doentios ecos ocos, eivados de consistência, robustez e segurança. Na qual os sons emanados só causam desconforto e insegurança.
            Não nos olvidemos dos horripilantes sons. Sinais sonoros que causam pavor e pânico. Ecoam das cavernas da alma. Amplificam o sinistro terror de uma vida cadavérica. É o funesto som da morte, que a cada dia nos corrói as convicções, as certezas, as motivações. Uma vez, que a ouvimos sempre mais próximos a cada um, tanto quanto, de todos nós. Seus acordes nos fazem perceber o quanto distantes de Deus alguns se encontram e permanecem.
            Observo ainda, as tumultuadas vozes. Embargadas pelos clamores de corações caídos em meio à concupiscência. Inebriadas pelos apelativos brados de uma perdida geração que se afunda em sua própria imundice. Falas inquietas, que tateiam a saída do labirinto, em busca da essência, há tanto tempo perdida. Provocadores de burburinho, prevaricadores de acordes, cujas melodias desordenadas e insípidas, proveem de cordas vocais roucas, extasiadas e exauridas, que procuram direcionar a pacificação do ser, todavia são ineficientes e ineficazes, nesse propósito.
            Ouço, em fim, uma voz que sobrepuja a todos os sons. É uma Voz poderosa, como de muitas águas, que despedaça os cedros do Líbano, que consola as alas atormentadas, que silencia os ensurdecedores ruídos infernais, que encoraja os apavorados anseios, que pacifica os tumultuados corações. Ele é o Deus Eterno, Ele é o Senhor Criador, Ele é o início e fim de todas as coisas. Ele acalma os caudalosos mares e silencia os impetuosos ventos; traz a existência o que não havia; sustenta toda a criação, pelo poder da sua palavra.
            Ele nos comunica Seu bendito evangelho, nos chama para termos comunhão Consigo, nos fala para vivermos em santidade, nos exorta a piedade, nos alimenta e vivifica por sua Palavra. Logo, precisamos de um franco e sincero exame: A quem ouço? O que tenho ouvido? Que sons alegram minha alma? Que palavras fortalecem meu coração? Que expressões tem libertado minha mente?
             Lembre-se: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Ap 1.3). Toda honra, glória, louvor e exaltação sejam tributados à Deus.
Rev. Eugênio Honfi

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