domingo, 12 de abril de 2020

RENOVANDO O ÂNIMO NO SENHOR!





“Davi ficou muito angustiado, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam amargurados, cada um por causa de seus filhos e suas filhas. Mas Davi se reanimou no Senhor, seu Deus”. 1 Samuel 30:6

            O assunto mais comentado nos dias atuais é a pandemia do corona vírus. Os informes do noticiário não falam de outra coisa, que não seja o numero de infectados e o das vítimas fatais! Até nos comerciais, quando se pensa que a tensão será desviada para outras questões, somos novamente lembrados, pelo caráter de utilidade pública, da necessidade de lavar as mãos com agua e detergente, bem como da utilização do álcool em gel!
            As recomendações das autoridades civis de que se evitem as aglomerações de pessoas, para que a curva de infectados não cresça de maneira que leve o sistema de saúde ao coma generalizado. E com isso parece que a população, por estar resguardado no conforto de seu lar, ou quando da necessidade de sair, por usar mascará e luvas, se permite pensar e até a acreditar que está salvo! Que nada ou ninguém pode causar dano! Ledo engano!
            Davi e seu exército foram liberados sabiamente pelos príncipes filisteus, de irem à guerra contra Saul! Pois temeram que durante o combate, Davi viesse a mudar sua disposição de combate e unindo-se com seus patrícios judeus e assim se voltasse contra aqueles que eram anteriormente seus aliados. Assim receberam salvo conduto para retornarem a sua cidade. Nessa época eles habitavam em Ziclague, localizada no extremo sul das terras pertencentes à tribo de Judá!
            Certamente cheios de boas expectativas e com os corações plenos de esperanças em rever os familiares, de poderem descansar de tantas viagens, de verificarem que todos estivessem gozando de perfeita saúde, de atestarem que os filhos haviam crescido, que seus rebanhos tinham aumentado, enfim de que tudo estivesse dentro da normalidade da vida, segundo a perspectiva de entendimento do homem médio! De maneira que cada passo dado em direção à cidade era como que uma contagem regressiva do tempo, para a confirmação e alivio desses valorosos combatentes marcados pelos horrores dos embates!
            Todavia enquanto se aproximavam podiam verificar que as evidências apontavam para um quadro totalmente adverso. A fumaça no céu, exatamente sobre a localização da cidade, já era um indicativo de que nem tudo estava como deveria estar! Ao adentrarem os pórticos da cidade constaram que a cidade havia sido violentamente saqueada pelos amalequitas. Que não se contentaram em levar os bens, mas também sequestraram as mulheres e as crianças! É em meio a esse contexto de dor e de incapacidade que Davi faz a única coisa que ele pode fazer! Chorar até não ter mais forças, para nada! Seu choro, não é de desabafo, mas de desespero! É expressão de uma alma fortemente angustiada, que está dentro do poço, afundando no abismo e que reconhece que não há como escapar! Em outras palavra é o fim! É o terrível indicativo que a expectativa se esvaiu e com ela o fim das forças, das possibilidades, das esperanças! Acabou! Game Over!
            Se já estava ruim, Davi descobriu que a situação poderia piorar ainda mais, pois nos diz o registro bíblico, que as pessoas tomaram pedras para lançar sobre o homem segundo o coração de Deus. Ele envolto, aos seus próprios problemas, uma vez que, tanto suas esposas, quanto seus filhos, também estavam contabilizados, como vítimas da violência dos descendentes de Amaleque. Sofrendo o enfrentamento de um dilema pessoal e sem poder nem ao menos, desfrutar do direito de prantear, pelos seus entes queridos, pois os habitantes da cidade já haviam sumariamente lhe responsabilizando como culpado pelo calamitoso infortúnio de todos e dispostos a sentenciarem-no com a aplicação da pena capital!
            É em meio a esse quadro totalmente adverso, diante de tantos ferozes revezes pessoais e particulares, como também, atribuídos e coletivos, com o rosto banhado em lágrimas, com o sentimento de que tudo estava dado por perdido, onde a esperança já estava sepultada e o fim decretado! Que brota na alma de Davi o lampejo da graça divina, assim irrompendo todo o catastrófico quadro e fazendo-o recobrar o ânimo no SENHOR, seu Deus! Perceba a mudança do clímax, observe atentamente o ápice da narrativa: “...porém Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus” (1Sm 30.6b).
            O homem de muitas conquistas se volta para Seu conquistador! O guerreiro de muitas vitórias se prostra ante O Vencedor! O futuro rei da nação de Israel contempla aquele que é o Rei sobre os reis da terra, que está Assentado no alto e sublime trono, pois Seu Reino não deste mundo, mas é eterno! O pastor de ovelhas é acalentado pelo Pastor das almas! Atine que tudo mudou quando Davi demoveu seus olhos da linha do horizonte, para contemplar verticalmente o Altíssimo! Toda tristeza, desanimo e angustia foram lançados distantes de Davi, quando ele se voltou para o SENHOR!
            Certamente muito mais que recobrar o ânimo, Davi recobrou sua identidade! Muito além de ser revigorado, ele foi restaurado por meio da esperança da fé! Antes de ser novamente encorajado, ele foi desafiado e se fortalecer na Rocha! Reanimar-se no SENHOR alude em contemplar Aquele que é perfeito em todo Seu Ser, assim como são perfeitos todos os Seus desígnios! Implica em submeter-se Aquele cuja vontade soberana é boa, agradável e perfeita! Direciona ao aquecimento da alma e ao incendiar do coração, não pelo ciúme, vaidade, arrogância e presunção, mas são as brasas do Espírito Santo purificando todo o entendimento e produzindo zelo por tudo que esteja relacionado ao SENHOR!
            Agora chegamos a um momento muito interessante, penso que seja perfeitamente possível e até mesmo viável que você se identifique com Davi! Afinal já foram tantas lutas vividas! Hoje são tantas desgastantes batalhas não é verdade! Em casa, como o marido, esposa, filhos, pais! No trabalho, como o patrão, com o empregado, com os colegas! Nos estudos, com o professor, com o aluno, com outros estudantes! Em meio a vizinhança! Enfim são tantas e tão variadas às searas, que o resultado não poderia ser outro: desânimo, angustia e desesperança! Eu e você necessitamos voltar os olhos para o SENHOR!
            É do SENHOR que vem a nossa força e coragem! Vem do SENHOR a sabedoria e o entendimento! Do SENHOR procedem à graça e a misericórdia! O Senhor é que tem as chaves da vida e da morte! Tanto a saúde, quanto a enfermidade são do SENHOR! como assevera o apóstolo Paulo em sua carta aos romanos: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém!” (Rm 11:36). Tudo é d’Ele! Pois Ele é o SENHOR!
            Portanto, aprendamos a lição e olhemos para o Senhor Jesus! Não importam os conflitos ou dissabores, olhe para Cristo! Não se enrede pelas injustiças ou afrontas, contemple o SENHOR!
            Que Deus em tudo muito lhe abençoe, em Cristo Jesus, Senhor da seara.
            Vosso conservo, Rev. Eugênio Honfi.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

DA MORTE PARA A VIDA




“Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida” (João 5.24).



            A ordem natural todo ser vivente é nascer, crescer, amadurecer, reproduzir, envelhecer e morrer. Todavia há situações que fogem a regra, seres que nascem chegam até a amadurecer e morrem antes de reproduzir ou de envelhecer. Já outros que, nascem e morrem logo em seguida. E aqueles que nem mesmo nasceram, ou que nasceram mortos.

            Por mais que a indústria de cosméticos e o aparato tecnológico avancem com novos produtos e procedimentos rejuvenescedores, com promessas mirabolantes de retardo do envelhecimento, como que elastecendo os anos de alguém. A oferta do elixir da vida eterna permanece sendo um busca frenética e utópica, por algo além das nossas possibilidades. Pois a mais pura verdade é que a ordem da vida continua imperativa nascer e morrer. As pessoas nascem para morrer, ainda que, na maioria das vezes, contra suas vontades. Bem como, só morre quem está vivo. É o ciclo da ordem natural da natureza. Em que todos, absolutamente todos nos encontramos debaixo dessa imperatividade.

            Porém a Bíblia Sagrada, que registra não apenas, a existência de Deus, mas, e também, Suas palavras. A todos informa, que a ordem natural: nascer e morrer – pode ser alterada, através do ordenamento espiritual. O que, nesse caso é invertida, assim tornada em morrer e nascer. Como isso é possível? Ou Isso é realmente possível? Não seria um devaneio ou um desatino da religião, tal afirmativa totalmente contrária aos pressupostos e provas científicas do empirismo racionalista dos nossos dias? Faz-se necessário, entretanto, esclarecer que não é a religião a detentora de capacidade para mudar a ordem das coisas e muito menos das pessoas. Mas Aquele que tudo criou, e, que formou o homem a Sua imagem e a Sua semelhança; que é o Todo Poderoso; que é ilimitado em poder, majestade, sabedoria; que é Perfeito em todos os Seus desígnios. Deus, sim. Ele pode todas as coisas, pois nada lhe é impossível.

            Só o SENHOR pode chamar a vida, aquele que esteve morto. Tanto fisicamente, quanto espiritualmente. As Escrituras asseveram que o salário do pecado é a morte, mas a vida eterna é um presente concedido gratuita e graciosamente por Deus (Rm 6.23). Essa vida que o Criador oferece não é vida no sentido comum do termo, mas VIDA plena e abundante. Vida que vale a pena ser vivida. Vida que é cheia de excelentes expectativas. Vida que não está posta para dentro, mas de dentro para fora. Que pensa, se preocupa e quer o bem dos outros, independentemente de quem seja o outro, ou seja, o outro pode até ser um “inimigo”. A verdade que a vida doada por Deus é uma vida, que não cabe dentro de nós, mas extravasa o nosso limite e inunda outros com a mesma intensidade, na qual, fomos contemplados.

            Entretanto, porém é necessário crer e ouvir a Deus Pai e Seu Filho, para que o Espírito produza em nós a VIDA, essa VIDA, que não acaba com a morte, pois a morte foi vencida, pelo sacrifício da VIDA do Redentor. E assim celebramos a maior dádiva que recebemos da parte do Senhor! Sua VIDA em nossa vida! Ao Deus Triúno: honra, glória e louvor, hoje e sempre. Amém.
Rev. Eugênio Honfi Neto

quarta-feira, 8 de abril de 2020

A VONTADE DE DEUS É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS




“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2.


            O “Homem Vitruviano” (1490 d.C.), de Leonardo da Vinci (1452-1519 d.C.), é entendido por muitos, como sendo na pessoa do homem, a medida de todas as coisas. O homem é visto como o centro de tudo quanto existe, ou seja, o centro do universo. Essa falácia é fruto do pensamento caído, do homem dissociado de Deus, do ser humano entregue as suas próprias e inebriantes paixões.
            Nesses dias de tamanha confusão de ideias e de tantas falsas filosofias, a afirmativa de Ambrósio (340-397 d.C.), um dos grandes apologetas do séc. IV, soa como um sério chamamento a que retornemos nosso entendimento, a irrestrita dependência do Senhor. Para tal, faz-se impreterível e urgente, a necessidade de cessar os labores e refletir franca e objetivamente sobre essa máxima, bem como, das suas implicações, para a nossa vida: A vontade de Deus é a medida das coisas.
            Deus é soberano. É soberano, porque não precisa ou depende de absolutamente nada, ou ninguém, a não ser de si mesmo, para ser aquilo que É. Não quem possa oferecer conselhos ao Criador, pelo contrário, é Ele que a tudo comanda e governa, com profunda sapiência, em todos os acontecimentos terrestres e espirituais, pontuais, circunstanciais e cósmicos, em todo o universo Ele faz ecoar sua poderosa voz. Nada ocorre além ou alheio a Sua vontade.
            Sua Onisciência deriva de Sua Soberania e não o contrário. Por ter Ele decretado antes dos tempos eternos, tudo que de ocorrer e consequentemente, toda sucessão de fatos relacionados, e de todos os desdobramentos, conclui-se que os supracitados eventos, não podem ser interpretados, como meras conjecturas de possibilidades, ou fatalidades, antes, como certos e finais, sem, todavia serem confundidos, como ocasionalidades, e sim, como frutos da boa mão d'Aquele que conduz os acontecimentos, com tamanha perfeição, santidade e justiça, para o louvor de Sua glória e para a felicidade do gênero humano.
            Ambrósio ao declarar que é a vontade de Deus e não a nossa, que é a medida das coisas. Está nos convidando a confiarmos na Sua bondosa fidelidade, em repousarmos na sua Santa providência, em nos regalarmos em Sua amorosa misericórdia, em sermos restaurados por sua maravilhosa graça. Portanto, não somos nós, nem vontade, empenho e esforço nosso, ou qualquer outro possível determinante. Mas é em Deus e em sua vontade, que as coisas acontecem, que os fatos ocorrem, que o futuro é descortinado e revelado, por Aquele que o decretou.
            Assim, quando atinamos que é só, e somente só, por essa vontade divina, que o Eterno e Soberano, demonstra Seu favor e cuidado nos mínimos e insignificantes eventos, o que, por conseguinte, nos direciona a refletir diante daquelas que notoriamente são consideradas as imensas e marcantes decisões, quer em nossas vidas, quer na História mundial! Concluímos que: o Altíssimo está sempre presente, e, também, sempre no controle.
            As “coisas” devem ser constantemente medidas, pela vontade de Deus. Vontade essa, que é boa, perfeita e agradável. Procuremos todos nós nos alegramos e nos fortalecermos no Senhor, pois em todas as coisas Ele manifesta Seu poder, vontade, soberania, graça, santidade, justiça e amor.
            Que a medida da vontade divina para nós, seja aquela, única, que satisfaça e exerça plenitude em nossas almas. Glória, honra e louvor a Deus, amém!
Rev. Eugênio Honfi.