terça-feira, 24 de março de 2020

AMANDO O AMOR OU AMANDO A DEUS




“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo 03.16.



            O que dizer sobre o amor... já tão cantado, declamado, encenado, noticiado e descrito em tantas obras da literatura, teatro, cinema, música, pintura, escultura, entre outras artes. Estudado pela ciência, explicado pela química e física a partir de suas reações. Idealizado pelos poetas, sofrido pelos amantes, sobretudo quando não é correspondido. Entretanto, diante de tantas possibilidades, ou perspectivas, de fato, o que é o amor? Ou qual o significado de amar? E ainda mais, será que o amor que sentimos uns pelos outros se equivale ao amor de Deus?

            Todos nós sabemos que o amor é um sentimento. E que sentimento!!! Não é verdade... Amar é algo muito bom, porque enche nossos corações de alegrias e das melhores expectativas. Faz-nos sonhar intensamente; desejar ardentemente; transpor as dificuldades; relevar desconfortos... Quando amamos só enxergamos o lado bom das pessoas queridas. Amar rejuvenesce a alma e cura as feridas do coração. O amor nos transforma, bem como, tudo ao nosso derredor, que também sofre uma mutação, todavia sem dor, nem sofrimento. Longe disso, ainda que contraditório, amamos sofrer por amor. Apesar de inebriados procuramos sempre e incansavelmente o prumo, para continuar essa caminhada rumo a “felicidade” proporcionada pela receptividade e aquiescência do outro.

            Mas quando esse amor não é correspondido... sabemos bem a revolta que dá!!! Ficamos completamente transtornados, fora do eixo e desatinados. Tudo perde seu sabor e valor. Alguns se abatem de tal forma, que prostrados não encontram mais forças ou razões para se levantar e lutar. Ficam inertes, entregues a si mesmos. Maldizendo a própria “sorte”, ou a falta da mesma. Atordoadamente perdidos dentro de si, agonizando em meio da frieza de corações gélidos e enegrecidos pela opacidade da solidão, sobrevivem na melancolia da penumbra acinzentada de uma vida monocromática, que sem brilho algum, sucumbe dia, após dia, na mesmice da espera dos mesmos fatos, que sempre se repetem diuturnamente. Que nos leva a ponderar, que uma vida sem amor é uma vida sem graça.

            Todavia, ao darmos uma guinada quanto ao que pensamos ser o amor, ou a falta dele. Faz-se urgentemente necessário estabelecer outro parâmetro que satisfaça de maneira ampla, plena e cabal o cerne do amor. As Sagradas Escrituras nos oferecem o parâmetro de inigualável precisão, para nortear a compreensão e o entendimento sobre o amor. Trata-se do amor de Deus. O amor do tamanho de Deus. O amor eterno e verdadeiro, que não diminui ou acaba, que apesar de abstrato é demonstrado por meio de ações e atitudes, que se materializa na pessoa de Jesus Cristo, o unigênito, Filho de Deus. Que encarnou, tomando forma humana e usando linguagem inteligível comunicou sobre o amor divino, com extrema eficácia e eficiência. Nos amando sem pedir algo em troca, ou por interesses e vantagens a obter de nós.

            Não. Foi exatamente o oposto. Ele se deu, doando Sua vida, para que pudéssemos ter vida e vida abundante n’Ele. É perdendo nossa vida, que ganhamos a Vida. O amor de Deus está em nos oferecer graciosamente esse convite através de seu chamado eficaz a amá-Lo, pois Ele nos amou primeiro. O amor divino é a medida e o norte, que afere o AMOR, que todos nós precisamos e ansiamos. Nas palavras do Mestre: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve.” (Mt 11.28-30).

            Não ame o amor, pelo amor de amar, mas ame a Deus, porque Deus é o Verdadeiro AMOR. Que o SENHOR seja adorado, louvado e amado, hoje e sempre, amém!
                     Rev. Eugênio Honfi

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