“O
que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si
mesmo se arruína”. Pv 13.03.
Nesses tempos de muito falatório, de defesas apaixonadas
por diferentes pontos de vista, de multiplicidades extremamente exacerbadas e
de tantos corações e almas marcados pelo distanciamento de matizes frias e
sucursais opacas e entorpecidas pela solidão e solidez de uma pseudo verdade,
ou melhor, de um tangenciamento da verdade absoluta, tornando-a uma mera
caricatura de si mesma, egocêntrica e diminuta, cognominada de verdade
relativa, isto é, minha verdade ou sua verdade, como se propriedade nossa
fosse, cuja ideia implícita é que: “ela é nossa serva”.
Vemos e ouvimos as queixas e lamentos, os anseios e
desejos, as críticas e as depreciações. Como a alma do homem hodierno está
encharcada de lama e podridão!!! Mas isso não é o pior, pois esse está tão
anestesiado e fora de si, quanto a sua condição e situação perante Deus, que já
não há sensibilidade ou resquícios de equilíbrio, nem de ponderação em sua
consciência. Só resta o pecar com prazer, pelo prazer de pecar. São as
intenções do coração sendo externalizadas, pela fala e através dos atos. Nesse
viés ecoam as palavras do Senhor, quando Ele assevera: “Pois a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34)”.
A expressão do autor de provérbios nos alerta: “...o que
abre muito os lábios, a si mesmo se arruína”. Tem como norte, o falar em
demasia, ou o não saber medir as palavras em sua extensão, mas, também o não
refletir nas suas implicações e desdobramentos. Uma palavra mal dita, isto é
pronunciada inoportunamente ou inadvertidamente causa males terríveis, tanto a
si próprio, como aqueles a quem se é dirigida, todavia não se pode esquecer ou
diminuir a gravidade do impacto aos ouvidos daqueles que a ouviram. Logo,
casamentos, amizades, sociedades, em fim relacionamentos são arruinados. As
vezes de forma irremediável, para sempre.
Daí
a observância de se “guardar a boca, para
a conservação da alma”. Ao refletirmos sobre o sábio conselho do autor de
provérbios 4.23,
que diz: “Sobre tudo o que se deve
guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
Coaduna nesse entendimento Tiago, 1.19, quando exorta: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois seja pronto
para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. Guardar a boca também
implica no cuidado de não enredar-se nas próprias palavras, em não fazer
afirmativas precipitadas e tornar-se refém de suas mesmas assertivas.
Devemos
buscar direção do Espirito para sabermos o que falar, e também quando falar.
Temos que procurar manter o coração leve e alma suave. Nosso espírito deve
desejar ardentemente a condução do Santo Espírito, que procede do Pai e de
Cristo. A fim de que sejamos guiados por Ele no pensar, no falar, sentir no
agir. A semelhança d’Ele.
Logo,
nossa boca estará a serviço do reino dos céus e com toda ousadia e intrepidez
anunciaremos as benesses do gracioso e divino convite para a salvação daqueles,
que eleitos por Deus, hão de ter suas almas libertas e seus corações purificados.
Que o Senhor seja louvado e adorado,
hoje e sempre, amém.
Rev. Eugênio Honfi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário